Preço atrativo reduz oferta de sementes de feijão no Mato Grosso

Instabilidade do mercado dificulta o planejamento do agricultor.

A alta no preço do feijão no país elevou também a procura por sementes de feijão em Mato Grosso. O estado é o terceiro maior produtor do grão no país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o aumento da procura pelo grão, tem faltado sementes de feijão para o produtor rural. A saca de 60 quilos está sendo vendida a R$ 120. Já semente varia de R$ 6 o quilo (carioca) e R$ 4,5 o quilo (caubi).

De acordo com o gerente comercial de um armazém, Gilvan Borges, o preço do grão melhorou bastante e, consequentemente, a procura também teve aumento. O produtor em Primavera do Leste, Moacir Tomazetto, cultiva 1,6 mil hectares de feijão carioca e caupi em uma área total de 2,5 mil hectares. Ele também comercializa sementes e diz que com o aumento da demanda poderia ter cultivado uma maior área. “Com a chuva de preços do feijão caupi, houve uma procura no Brasil inteiro atrás de semente. E o que nós tínhamos não foi suficiente. Hoje está faltando semente no mercado”, diz ele.

A instabilidade do mercado dificulta o planejamento do agricultor. É o que afirma o engenheiro agrônomo Osmar Boschilio. “O produtor faz uma semente agora pra plantar daqui  oito, nove meses, e tem um custo muito grande pra colher, preparar o material, embalar e armazenar”.

Outro problema que pode dificultar a vida do produtor de feijão é a helicoverpa armígera. A praga já conhecida dos sojicultores e afetou também o feijão na safra anterior. Na propriedade de Jorge Borgetti cerca de 5% da área foi afetada. “É uma complicação grave pra agricultura. A gente tem que ter muito cuidado com isso. Precisamos trabalhar desde a formação da lagarta porque depois que crescer vai ser difícil o controle”.